sexta-feira, 30 de maio de 2025

atrasados do imposto de renda

e aí, beleza? por aqui, tudo certo. quer dizer, tudo certo agora, porque até exatamente ontem eu era a mais angustiada das pessoas, com meu imposto de renda ainda por declarar.

o mais engraçado do imposto de renda é que, sempre que chega a época de declarar esse negócio, parece que eu não me lembro de NADA que preciso pra poder declarar. como eu declaro desde 2020, já estava acostumada, né? veio 2021, ok. 2022, ok. 2023, ok. 2024, ok.

aí chegou a hora de declarar o imposto do ano de 2024 (o que acontece em 2025, quando 2024 já passou. e aí, quando você vai ver, tá maluca pensando se tá fazendo tudo certo, e termina sem saber que ano é).

caso você nunca tenha declarado o imposto de renda, funciona assim: no começo de um ano, você deve declarar tudo do ano anterior; seus bens, seus rendimentos, gastos com saúde/educação, e por aí vai. isso, obviamente, se você tiver recebido um valor superior a... peraí, deixa eu olhar... R$ 33.888, no ano. claro que tem mais regras e é um pouco mais complexo que isso, mas essa é a visão geral pra meros humanos como nós, que não têm milhões na conta. aí você vai lá e diz: ó, governo, eu ganhei isso aqui, gastei isso aqui, tenho isso aqui. o governo, que em grande parte das vezes já sabe de tudo isso, diz: beleza, pode passar, meu chapa.

só que a coisa muda se você entrou no mundo escuso das vendas de ações.

eu e minha amiga receita federal todo ano

explicando: na firma(TM) nós recebemos, além do salário, um reconhecimento pela performance, umas duas vezes por ano. só que esse reconhecimento, ao invés de ser pago em $$dinheiro na conta$$, é pago em ações da própria empresa no mercado internacional. é preciso esperar um período de tempo pra que essas ações realmente sejam suas, e aí você pode fazer o que quiser com elas: guardar, vender, o que for. novamente: é um pouco mais complexo que isso, mas pendura na minha conta aí porque eu mal sei fazer regra de três, imagina entender de contabilidade.

no ano passado, eu vendi um bocado dessas ações durante a alta do mercado, quando estavam valorizadas. o que significa que eu tive lucro sobre essa venda. o que significa, meus amigos, que eu não sabia o que BULHUFAS eu tinha que declarar nesse ano. e, como a janela de declaração do imposto de renda esse ano abriu bem quando eu tava pra fazer minha cirurgia, adivinha o que aconteceu?

eu esqueci.

e fui esquecendo.

socorro.

e assim, não é que eu esqueci completamente, apagado da memória; é que eu lembrava de vez em quando, mas daquele jeito maroto, despreocupado. “ah, tem que declarar o imposto de renda até dia 30 de maio, né? não posso esquecer”. quando me dei conta, já era dia 25 e eu não tinha declarado, não sabia como declarar a venda de ações, não sabia como tava a legislação e estava me perguntando porque diabos é tão difícil deixarem todas as instruções pra declaração entendíveis pra pessoas que não sabem nada do mundo financeiro.

no fim das contas, deu tudo certo, na base do desespero, digo, da calma. fui pesquisando na internet, perguntando pras inteligência artificial, pedindo socorro dos meus amigos e consegui não apenas declarar, mas, milagrosamente, entender o processo pra chegar no que eu tinha declarado. declarei na tarde do dia 29, sentindo o bafo do leão no meu cangote (eu sempre acho engraçado o mascote do imposto de renda ser um leão. será que ele e o leão do proerd são amigos? grandes questões).

fica a lição do dia pra vocês: declarem o imposto de renda de vocês cedo, crianças. eu até diria que vou declarar cedo no ano que vem — eu geralmente declaro assim que deixam declarar, juro —, mas depois da adrenalina desse ano... vou deixar quieto.

antes tarde do que presa pela receita federal, eu acho.

terça-feira, 20 de maio de 2025

a vegetariana, han kang

a vegetariana, han kang ✶ 2018 ✶ todavia ✶ 176 páginas

como eu 1) não leio muito e 2) não estou mais nas redes sociais, achei que aqui seria um bom lugar pras eventuais leituras que faço. recentemente, aproveitei a feira do livro da unesp pra comprar alguns livros e quadrinhos legais, e esse foi um deles; como o livro é pequeno e eu estava na minha semana de trabalho presencial, aproveitei pra ler durante o trajeto casa-trabalho, na ida e na volta. comecei a ler na segunda e terminei na sexta pela manhã, então é realmente uma leitura bem rápida.

a história rodeia yeonghye, uma jovem mulher sul-coreana que, após uma noite de sonhos assustadores, decide parar de comer carne e consumir quaisquer produtos de origem animal. quando eu digo “rodeia” porque é realmente isso o que ela faz, permeando a vida das pessoas que convivem com a protagonista e nos mostrando tudo por uma ótica externa, ao invés de mostrar os sentimentos e pensamentos da própria yeonghye.

Dava a impressão de se contentar com observar tudo o que lhe acontecia, como uma espectadora, apenas. Não: quem sabe em seu interior coisas terríveis e inimagináveis estivessem acontecendo, e gerenciar tudo aquilo, mais as questões cotidianas, fosse desgastante demais para ela. Talvez por isso não tivesse energia suficiente para demonstrar interesse ou para reagir às coisas ao seu redor.

é um livro angustiante. quando peguei pra ler, já sabia que era um livro de “terror” (entre várias aspas, porque a fonte são as vozes da minha cabeça), mas não esperava que a narrativa fosse me deixar tão ansiosa; houve momentos em que eu estava lendo e decidia parar, porque sentia muito nervoso. aí resolvia voltar a ler. aí, parava de novo. entre trancos e barrancos, terminei a primeira parte do livro, que me deixou muito curiosa pelo resto.

não vou contar a história do livro a fundo aqui (por motivos óbvios), mas terminei a leitura me sentindo um pouco frustrada, esperando que fosse ter um certo surrealismo fantástico, algo que elevasse mais a parte assustadora da coisa toda. lendo um pouco sobre o livro e a autora, descobri que ele surgiu a partir de um conto que ela tinha feito em 1997 e que tinha exatamente esse surrealismo fantástico que eu esperava d'a vegetariana! o conto se chama the fruit of my woman (“o fruto da minha mulher”, em português), e você pode ler a tradução para o inglês aqui. importante sublinhar que o fato de não ser o que eu esperava fez com que a trama fosse igualmente forte, mas de uma maneira diferente, na minha opinião.

Tenho alguma coisa entalada na boca do estômago. (...) É por causa da carne. Comi carne demais. Todas essas vidas estão entaladas aqui. Tenho certeza. Sangue e carne foram digeridos e se espalham por todos os cantos do meu corpo; os resíduos foram colocados para fora, mas as vidas insistem em obstruir o plexo solar.

os temas do livro, principalmente após o final, são muito interessantes, e fiquei morrendo de vontade de falar sobre. é muito interessante observar os pontos de vista culturalmente distoantes dos nossos: o retrato de uma sociedade diferente, mas com dilemas internos assustadoramente parecidos com os que eu (e a torcida do flamengo, muito provavelmente) sentimos todos os dias. é um livro que fala muito sobre o que é ser uma pessoa, o que é existir em sociedade, o que são vontades e motivações, sem falar diretamente de nenhum desses temas.

por fim, achei bem legal! recomendo pra quem gosta de leituras que te deixam na bordinha da cadeira, com desespero e um vazio existencial quando terminam. acho que vou buscar um livro um pouco mais leve pra ser minha próxima leitura, risos.

domingo, 18 de maio de 2025

(mais) um ano sem fazer compras

oiê! então, como talvez algumas almas se lembrem, há quase quatro anos eu aderia ao projeto da vanessa de ficar um ano sem fazer compras. tudo bem que eu só postei durante 6 meses, mas, bom, o que interessa é mais a intenção do que o registro da coisa.

comentei recentemente com a van que estava pensando em voltar com o projeto, porque:

  • meus gastos andam irrefreáveis
  • compro muito por impulso, esperando aquela descarga de felicidade após adquirir algo que, vamos ser sinceros, eu nem preciso
  • quero voltar a economizar dinheiro e ter mais dinheiro guardado
  • preciso de uma fatura em valores que eu considere aceitáveis
  • não quero sucumbir ao consumismo desenfreado — tenho mais vontade de doar coisas do que de tê-las

tendo em consideração isso tudo, voltamos com (mais) um ano sem fazer compras no mês que vem, em junho!!! vou contar de mês a mês, sem datas específicas (pois sou péssima com datas em geral kkkk), e vamos ver como anda a fatura do cartão, já que, tirando os gastos essenciais (aluguel, contas, etc), eu passo tudo no crédito. a fatura do mês que vem já tem algumas coisas parceladas — como o meu lindo sofá resistente e confortável, e as passagens pra visitar minha vó no noroeste de minas —, então a fatura já levou uma facada nas costas, mas vou tentar mantê-la baixa mesmo assim. de todo jeito, a gente considera novos gastos.

as regras são:

✶ não devo gastar com:

  • vestimentas em geral — roupas, calçados e acessórios entre os principais itens aqui. eu não preciso de roupas novas!! nem sapatos!! deixa de ser DOIDA!!!!
  • livros — tenho um monte de livros não lidos em casa e eu nem mesmo sei ler, então não preciso comprar nada novo
  • jogos — exceto os que já estavam planejados, como deltarune e silksong
  • material de papelaria — USE SEUS ADESIVOS IMEDIATAMENTE, ARANTXA!!! (e envie cartas, também)
  • ifood — se for no VR tudo bem, agora no cartão de crédito não
  • uber — sempre que puder usar o transporte público, eu o farei. afinal, sou uma grande apreciadora do sistema de transporte público em são paulo
  • compras aleatórias da shopee — sejam elas quais forem!!!

coloquei as categorias/coisas que mais aparecem aí nas últimas faturas do cartão. posso eventualmente incrementar essa lista, mesmo que só dentro da minha cabeça.

✶ posso gastar com:

  • remédios — afinal, já deixo um rim na farmácia pelo menos a cada 2 meses, mesmo
  • pensão alimentícia coisas pras calopsitas — mesmo não morando na casa dos meus pais, eu me encarrego de comprar a comida dos bichinhos e quaisquer outras coisas que estejam precisando
  • presentes de aniversário — sem exagerar, obviamente
  • essenciais — mercado, alimentação, limpeza e manutenção da casa
  • cuidado pessoal — nesse aqui entram gastos com academia/esportes e relacionados
  • passatempos — coisas pros meus hobbies, desde que sejam gastos pequenos (como comprar argila, ou verniz, ou esmalte pras peças já queimadas)

é isso! ansiosa pra saber se vou conseguir, e animada — eu adoro um bom projeto pra me apegar, rs.

curiosidade: o figma, ferramenta que eu uso no trabalho, lançou recentemente vários recursos para pessoas que gostam de desenho digital/em vetor e usam a plataforma pra isso. eu achei legal demais e aproveitei pra fazer a ilustração do topo nele, transformando em gif com o meu confiável ezgif. não foi nada que eu tenha ficado HORAS trabalhando nisso (e eu fiz usando o trackpad, nem um mísero mouse foi usado), mas eu me diverti fazendo :^)

quarta-feira, 14 de maio de 2025

falta de estrutura, ou: oscar niemeyer, projete minha vida por psicografia

tenho me sentido sozinha esses últimos dias, mesmo estando rodeada de gente por estar trabalhando com meu time durante a semana. como não tenho rede social que me distraia e nem algoritmo que me engula enquanto eu passo por um milhão de vídeos rápidos, pensei: vou escrever.

(é engraçado que eu explique como chego aqui, a cada vez? eu acho meio engraçado. é como se eu chegasse meio atrasada a um compromisso e me sentisse compelida a explicar o porquê de ter me atrasado, mesmo que ninguém me pergunte)

uma das coisas que têm ocupado a minha cabeça é como eu tenho, por falta de termo melhor, “esquecido como se escreve”. não sei se tem a ver com o fato de eu não estar lendo tanto, ou não escrever mais no meu diário que uso pra preencher uma-página-por-dia (a última vez que usei o coitado foi, sei lá, há um ano? talvez mais), ou com a confusão mental que também atrapalha a elaboração das minhas ideias em voz alta (às vezes até na escrita!), seja no trabalho ou na vida em geral; só sei que meus textos me parecem quebrados, sem pé nem cabeça, começando em algum lugar e terminando em lugar algum, perdidos, como se eu não soubesse exatamente o caminho que queria tomar quando comecei a escrever. sobre isso, penso duas coisas: ou eu realmente estou com dificuldades seríssimas pra me comunicar, ou estou me tornando uma doidinha que escreve em fluxo de pensamento — essa segunda possibilidade é mais uma gracinha minha, porque eu sempre escrevi meio que num fluxo de pensamento maluco, falando do que me vinha à cabeça... mas então por que me parece esquisito o que eu escrevo agora, e não o que já escrevi antes?

bom, vai entender. só sei que tenho sentido falta de uma certa estrutura nos meus textos, o que me fez perceber que também não tenho percebido muita estrutura na minha vida. antes que pareça que eu sou só uma pessoa que reclama muito, calma!, juro que é mais uma reflexão filosófica e/ou organização de pensamentos do que uma autocomiseração em busca de pena. enfim, voltando: a falta de estrutura. não posso dizer que é um sentimento exclusivamente recente, mas a sua presença anda acendendo uma luz de alerta no cantinho do meu cérebro, como quem diz: talvez você precise prestar atenção nisso aqui. talvez, só talvez, esse negócio esteja afetando sua vida mais do que deveria. me sinto sem estrutura pra pensar nas coisas do trabalho, e me pego com pensamentos que ou são ridiculamente básicos, ou ridiculamente filosóficos, como “mas qual é exatamente o começo dessa tarefa?” e “será que eu devia voltar um pouco e descobrir como se faz esse processo do zero...? será que isso é possível, ou será que eu sou burra?”. geralmente, isso tudo termina comigo pensando que sou incompetente e que não é possível que eu não consiga executar duas, três tarefas paralelamente, porque, aparentemente, todo mundo (no meu trabalho) consegue.

só que eu não consigo, e isso me enfia numa crise existencial maluca. o pior de tudo é que o motivador dessa crise é o trabalho, e eu detesto ter o rumo da minha vida ditado pelo trabalho! quem diria, não é mesmo?, que as coisas vêm de onde menos se espera. assim, cá estou eu, pensando se meu problema é que odeio o sistema econômico, ou que odeio trabalhar, ou que sou incompetente, ou que tenho sim um distúrbio de concentração que torna virtualmente impossível pra mim conseguir executar funções que esperam que eu execute com uma mão amarrada nas costas. e aí eu só me sinto muito burra, mesmo, porque não quero trabalhar, não quero resolver, mas também não quero me sentir incompetente e inútil. 

queria dizer que é tudo culpa do capitalismo e deixar por isso mesmo, mas a verdade é que isso não resolve o meu problema, então eu só continuo na espiral de existencialismo, entrando, eventualmente, por uma portinha do niilismo, e desaguando, novamente, em lugar nenhum.

voltando um pouquinho ao tema da falta de estrutura e saindo um pouco do tema “trabalho”: sinto falta da terapia. tenho me sentido um bocado maluca, cheia de vontade de ficar falando essas coisas que eu acabei de escrever em voz alta e olhar pra cara da minha psicóloga esperando que ela me diga o significado da vida e do universo e tudo o mais; mas minha última psicóloga não casou muito bem comigo e toda vez que penso em procurar outra pessoa, só me vem à mente todo o trabalho em explicar meus contextos pra aquela pessoa, a construção da relação terapêutica/analítica, e... não, obrigada. acho que o que mais me desanima são as tentativas frustradas que precedem o encontro de uma profissional que saiba lidar com o meu jeito e jogue junto comigo ao invés de me dar o controle desligado e fingir que eu estou jogando junto; é cansativo, e eu já estou cansada. queria que fosse mais simples (toda vez que eu penso “queria que fosse mais simples”, acabo rebatendo que nada no universo é lógico, já que lógica é um conceito humano, e minha vontade é dar um murro na cara da voz que vive na minha cabeça e me diz essas coisas. que inferno!), mas não é. vou precisar respirar fundo e empregar parte do meu tempo na famosa Busca Pela Psicóloga Perfeita; até lá, sigo choramingando.

o ruim de ser uma pessoa que choraminga e rebate seus próprios choramingos é que eu nunca tenho uma pausa, nunca posso choramingar em paz e vivo cansada. e tudo isso é minha culpa! inacreditável.

✶ ✶ ✶

eu poderia falar mais umas duas ou três coisas sobre sentir falta de estrutura na vida, mas a verdade é que nem eu aguento mais, então vamos pra uma lista, pra variar.

coisas que eu tenho consumido e feito:

  • reassisti the haunting of hill house com minha amiga letícia. ela dormiu pela primeira metade do negócio inteira, mas depois que acontecem certas coisas (!!!), ela acordou e ficou VIDRADA. coisas ótimas: reassistir coisas que a gente gosta, e ver alguém assistir e gostar muito.
  • fui à feira do livro da rocha e à feira do livro unesp e comprei livros. eu não sou muito de comprar livros, mas peguei quadrinhos, romances, livros sobre tarô e ensaios/teorias (?). no momento, tô lendo a vegetariana, de han kang, que me lembro de ter visto muita gente falando bem, e, menina, senti TANTA ANSIEDADE no final da primeira parte que quase morri. juro, eu fui lendo na van pro escritório e a história ficava intensa, aí eu parava. aí fechava o livro. aí abria de novo. pra quem não lia há um tempão, tá sendo uma experiência.
  • eu tô sempre adiando começar séries novas porque... sei lá por quê. apego às séries que eu gosto? enfim, comecei a assistir uma série que lembro ter visto um trailer há zilhões de anos: ghosts. tudo bem que eu vi o trailer da versão original britânica e a que eu estou assistindo é a versão americana mais recente, mas é muito divertidinho!!!! séries de assistir quando você para de trabalhar e precisa desfazer o nó do seu cérebro.
  • acabei de assistir pousando no amor, depois de enrolar horrores pra assistir várias partes mais “tensas” (lê-se: estava estressada e não queria me estressar com doramas), e fiquei completamente apaixonada/destroçada. como assim várias coisas!!!! pior que nem tenho com quem comentar as coisas, porque assisti depois que todo mundo já tinha visto, mas ai. doramas dão um quentinho no coração, de vez em quando.
  • trabalhando presencialmente, acabei indo comer num lugar que monta cumbucas de salada, e fiquei pensando que tô com saudade de comer mais salada. a coisa é que eu sou péssima pra comprar as folhas e montar a salada todo dia, e acaba estragando tudo e eu choro porque detesto deixar comida estragar. talvez eu comece a pedir salada nesse lugar???
  • vale tudo, gente. eu tenho a teoria de que existe um buraco na mente de todo brasileiro que pode ser preenchido com a novela de sua preferência; como na minha mente tem um buracão, eu preencho com várias. é uma maravilha ter algo pra assistir todo dia, e tá sendo divertido poder ver e comentar com minha namorada — que, inclusive, começou a assistir a novela de 1988 e descobriu que é o maior pastelão, o que tá quase me fazendo assistir também.
  • ando me sentindo muito atraída de novo por duas coisas que eu gosto bastante: cerâmica e tarô. tenho que estudar coisas pro trabalho, e acho que minha cabeça tá tentando equilibrar a balança e me incentivar a estudar coisas que eu acho divertidas. achei fofo. também entrei na comunidade de ponto cruz no reddit, e fico pensando: e se...?. claramente preciso voltar a conviver com amigas bordadeiras.
✶ ✶ ✶

coisas sobre o blog: eu dei uma revisada muito por cima nos marcadores, reajustei uns, apaguei outros, e acabei relendo várias postagens (eu tenho tentado escrever menos “posts” e mais “postagens”. português na veia, inglês na cadeia!!!!!!, mas só às vezes) antigas do blog que me deixaram felizinha. é bom dar uma olhada no que a gente já fez, pra relembrar do que é capaz.

também tenho recebido comentários que me deixam feliz horrores e com vontade de abraçar suas respectivas escritoras. eu amo a relação que a gente consegue construir aqui, que enquanto eu derramo a alma vocês pegam uns baldes e tentam me ajudar a não alagar a cozinha enquanto comentam o que sentem/pensam/vivem/querem. obrigada por compartilhar seus pensamentos comigo <3

com isso, eu me despeço de vocês — afinal, falei pra caramba, já são onze da noite e eu ainda quero ler mais um pouquinho.

um beijo na testa de vocês e até breve!

quinta-feira, 8 de maio de 2025

feliz aniversário, envelheço na cidade

há quatro anos, um pouco mais cedo que agora, eu finalmente escrevia e postava pela primeira vez aqui, depois de resolver voltar ao mundo (público) dos blogs. eu sempre escrevi, muitas vezes em lugares privados, só pra mim e, no máximo, outra pessoa; mas a internet parecia muito vasta, minha cabeça muito cheia, e meus dedos inquietos demais pra deixar passar a oportunidade.

nesse meio-tempo, eu: mudei de emprego, terminei um namoro, mudei de cidade, fiz novas amizades, comecei um namoro (com a mesma pessoa! rs), tirei órgãos fora e até mesmo pintei minha parede da sala (que eu enrolava desde que me mudei pra pintar, lembram?). esse ano até mesmo comprei um domínio pra mim, o do blog — afinal, presente ou ausente, ainda são minhas palavras, meus dedos inquietos lutando pra preencher a vastidão da internet e alcançar outras pessoas. tenho pensado muito em coisas pra escrever, das quais me esqueço cinco minutos depois; enquanto meu remédio pro desvio de atenção não chega, eu venho aqui falar o que quer que tenha me vindo à cabeça na hora. é o que tem pra hoje.

inclusive, falando no que tem pra hoje: esses dias ando meio deprimida. tenho pensado em começar a fazer análise ao invés de TCC (terapia cognitivo-comportamental), já que em todas as sessões eu chego dizendo o que eu preciso dizer e o que minha psicóloga vai me dizer sobre como estou lidando com as coisas. eu consigo racionalizar, só não consigo fazer, e isso me incomoda; eu sinto que existe algo mais profundo que eu ainda não desvendei sobre a forma como eu resisto a cuidar de mim mesma da melhor maneira possível. fazer o quê, né? (resposta: procurar uma psicóloga que ajude!!).

pra ajudar a melhorar o sentimento de Não Consigo Fazer Nada Pois Estou Deprimida, tenho marcado compromissos com meus amigos e chamado as pessoas pra virem aqui em casa. amigos vêm trabalhar comigo, eu saio pra eventos aleatórios na cidade, pra encontrar pessoas, me xingo oitocentas vezes por ter marcado qualquer rolê (ou chamado qualquer pessoa) e, assim que a pessoa chega, me agradeço por ter feito isso. por mais que ficar sozinha seja bom, presença humana me faz sentir... feito gente. como se eu fosse um duendezinho maluco até o segundo antes de abrir a porta pra visita, numa espécie de comercial engraçadinho dos anos noventa ou dois mil.

nesse momento, minha amiga letícia termina de tomar banho, eu estou na sala, sentada no sofá, com a televisão pausada no início do quarto episódio de a maldição da residência hill. eu sei que ela vai dormir durante 60% dos episódios, pelo menos. talvez durma mais. amanhã ainda é sexta, mas parece que o fim de semana já tá batendo na porta. é uma boa companhia, é uma boa noite; é uma boa quinta. mando mensagem pra saber como minha namorada está, três horas atrás, no fuso horário dela, depois de termos discutido os impactos da escolha de um novo papa no cenário mundial.

queria que amanhã já fosse minha folga, mas tem coisa que dá pra resolver na sexta, ainda. o mundo parece um lugar mais agradável, pouco a pouco. eu tenho tempo de escrever pra comemorar o blog. feliz aniversário, bloguinho! :^)

sexta-feira, 2 de maio de 2025

now that i'm older, so be it so of love

hoje me peguei lendo o blog de um amigo, após uma postagem recente dele — por algum motivo, cliquei na primeira postagem que ele escreveu e fui avançando a partir daí. li coisas que queria mandar pra ele, mas sinto que não tenho intimidade o suficiente, ao mesmo tempo que sinto que tenho sim; sabe essas pessoas de quem a gente gosta de graça, com quem sente uma conexão que não se sabe de onde vem, mas certamente vem de algum lugar? pois bem.

um dos posts falava sobre como ele queria ser consistente nas suas ilustrações, como queria dominar um tipo de desenho que ainda não era o seu, e que não ter um estilo consistente com o passar dos anos o deixava louco. hoje, vendo o que ele desenha e como o faz, tenho vontade de mandar e dizer: olha só, você realmente pode olhar pra trás e ver como chegou até aqui!, e chegou onde queria chegar. fico pensando em como a gente consegue construir relações assim, meio invisíveis, mas não exatamente. relações em que o sentimento diz mais que a razão, mais até que a interação de verdade. não nada parassocial, não nada estranho, mas só. existir. existir e se conectar porque existiu e sentiu algo que ecoou ali.

tive vontade de comentar no post dele depois de ler (um amigo tão multitalentoso!), mas estava fechado para comentários. então, me resumo a sorrir e saber que eu o aprecio de longe, às vezes em silêncio. com vontade de deixar um pendrive com músicas e uns rabiscos em sua portaria (exceto que agora eu mal ouço qualquer coisa, ainda menos algo novo). amigo, gosto muito de você!

mexer no computador à noite às vezes dá esse sentimento de nostalgia, né? queria que a internet fosse mais como nos tempos de antigamente. ou talvez eu só quisesse me sentir tão inspirada quanto eu me sentia nesses tais tempos de antigamente.

o título é de uma música do sufjan stevens, que estava ouvindo pois esse amigo (posso chamar de amigo alguém com quem eu quase nunca falo, quase nunca mesmo, mas a quem eu quero bem?) gosta bastante.

um post pra cota de posts esquisitos que aparecem de vez em quando! :^)

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