sábado, 21 de junho de 2025

fazer coisas é difícil, mas necessário

decidi que hoje vou responder todos os comentários que não respondi nos últimos tempos e também ler e comentar nas postagens de blogs que venho acumulando no meu feedly. tô arregaçando as mangas (metaforicamente, pois estou de pijama desde que acordei) e quero terminar tudo isso aí antes das 19h, com sorte, porque aí posso dar uma pequena arrumada na casa de fingir que não fiquei sem fazer nada hoje.

esses dias, algumas coisas me estressaram bastante. assistindo ted lasso, a apple tv+ parou de funcionar na minha televisão, só carregando pra sempre, sem exibir nada. fui ver no computador, mesmo, e depois de um episódio sobre perdão e reconexão, chorei horrores e tomei a decisão de falar com uma pessoa com quem estava desgostosa, mas acho que foi uma má ideia. bom, pelo menos eu tentei. fazer o quê.

a netflix também simplesmente parou de abrir na minha tv. não sei boas decisões, o que aconteceu com os aplicativos dela, mas talvez os eletrônicos estejam mesmo se revoltando e eu posso ser uma potencial primeira vítima. já até desinstalei e instalei o negócio de novo, mas cadê que funcionou? só não redefini as configurações da televisão ainda, mas talvez eu o faça em breve. é que, se não der certo, capaz de eu ficar ainda mais braba. nada me irrita mais do que coisas sem explicação.

falta um episódio pra terminar de assistir ted lasso, tudo o que foi lançado até agora. tô igual minha mãe, guardando os episódios pra não ficar sem uma série querida. ai, que dor.

agora deixa eu ir lá, que os comentários não vão se escrever e nem se responder sozinhos, a louça não vai se lavar sozinha, e a casa não vai se varrer e nem se passar pano... mas bem que podia.

beijocas!

sexta-feira, 13 de junho de 2025

diarinho #1

esses dias todos tenho lido muita coisa e pensado em muito que queria dizer. parece que estou sempre falando do que eu queria dizer, e nunca dizendo — me pergunto se isso é um grande problema meu comigo mesma, ou se só sou preguiçosa e enrolona.

não tenho estado muito bem. quando me pergunto se deveria mesmo falar qualquer coisa aqui, quando me pergunto se vale a pena dizer algo mesmo que ninguém se interesse, eu me interrompo imediatamente: por mais que eu compartilhe, não é pra vocês que eu escrevo; são palavras minhas pra mim que eu dedico ao mundo. e o mundo pode ver as palavras que eu acho que gostaria assim como as que eu acho que não. enfim. minha alimentação anda péssima, eu queria estar comendo melhor e me exercitando e sendo uma pessoa funcional, mas tenho sido só... o que dá. e o que dá é a sobrevivência, eu acho.

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tenho sei-lá-quantos links abertos no meu navegador, páginas de blogs que eu li e pensei que queria comentar, mas ainda não comentei. vocês já passaram por isso? às vezes, eu quero dizer algo, mas parece não haver palavras pra isso — às vezes queria só dar um sorriso, uma piscada, ou um abraço, ou um aperto encorajador no braço (que eu só daria em quem sou próxima, porque não se faz esse tipo de coisa com quem não se conhece). eu penso em como é divertido que todos nós existimos e compartilhamos o que a gente pensa, que nos conectamos em pontos aqui e ali, como uma enorme teia de aranha, ou conexões neurais. o mundo é uma coincidência feliz, nesses momentos. li a marina, que eu gosto tanto de ler, tão de graça. ela chamou minha escrita de “diarinho”, e eu achei bonitinho, e trouxe pra cá. através dela, descobri a lia, que também está em várias abas abertas — o que comentar quando gestos não se traduzem em palavras?

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de vez em quando, acordo com músicas na cabeça. faz tempo que não acordo com nenhuma, mas hoje, quando abri os olhos, uma frase se fez imediatamente na minha mente: drão, o amor da gente é como um grão..., e estou ouvindo agora a versão de milton nascimento, que acho linda, linda. às vezes não lembro das palavras, só da melodia, e é mais difícil encontrar a música em si. gosto de manter uma lista com essas coisas que parecem insignificantes, mas que podem significar alguma coisa. ou que posso fazer significar.

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a lana postou um tutorial de como fazer uma página estática diferente das outras no blog, e eu, que tinha comentado a respeito na postagem anterior dela, me senti agraciada. é impressionante como as pessoas podem ser gentis e solícitas sem que ninguém pergunte, né? me senti especial, mesmo que um pouco, mesmo que não tenha nada a ver comigo o fato de ela ter postado esse tutorial.

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estou sendo mentorada no trabalho, e minha mentora é mais nova que eu. é difícil me desatrelar da ideia de que hierarquia e idade estão juntas — eu nem gosto de hierarquia!, mas pensar que alguém mais novo que eu já conquista mais do que eu conquistei me faz sentir mal comigo mesma. não com inveja, não desejando mal ao outro; mas insuficiente. e há tantas pessoas assim no meu meio, tantas que eu admiro e por quem torço! tento engolir em seco e aceitar os conselhos e dicas e palavras como aceitaria as de quem me ajudasse, em uma situação que não envolvesse hierarquia alguma. tem sido difícil focar no trabalho, me desenvolver, porque eu não... quero, na verdade. queria deixar o trabalho pra lá e poder fazer todas as outras coisas que são mais bonitas e brilhantes e divertidas e me fazem bem; mas tenho que trabalhar, e meus ombros doem com tanta tensão. e continuo tentando ser quem esperam que eu seja, apesar de não ter ideia de quem eu espero ser.

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pensei em fazer uma lista de coisas que me dão alegria e me fazem querer continuar o dia, atualmente:

  • assistir vale tudo com minha namorada no fim do dia
  • ...?

descobri, um pouco triste, que não tem tanta coisa que me dê vontade de continuar, por esses dias. não há jogos, ou hobbies, ou acontecimentos, ou vontades, ou pessoas, ou realizações. me pergunto há quanto tempo eu não tenho sonhos, não aqueles durante a noite, mas aqueles que nos fazem viver dia após o outro esperando por (e trabalhando para) sua realização. onde foram parar? qual foi a última vez que tive um sonho de verdade? eu não me lembro.

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tenho passado por um grande nervoso, envolvendo uma pessoa no trabalho que eu acho que não me considera uma boa profissional, ou talvez só não boa o suficiente. não sei se é coisa da minha cabeça ou se acontece de verdade, e isso tem me incomodado mais do que eu gostaria de admitir. me sinto de certa forma humilhada, do mesmo jeito que sempre me senti quando percebi que talvez não fosse tão boa quanto as outras pessoas no que era esperado de mim. como ser melhor? como ser melhor quando não se liga tanto pra ser melhor? como manter um estilo de vida confortável sem ser excepcional? sempre me orgulhei em não ser louca pelo trabalho, não pensar nisso dia e noite, mas isso começou a pegar no meu pé. o tratamento que eu e meu psiquiatra escolhemos primeiro pra abordar minha falta de concentração não deu certo, e eu me pergunto vez e vez de novo se o problema sou eu. me perguntar isso também parece meio patético — será que, se eu não tiver solução, tudo bem sentir pena de mim mesma? eu não queria sentir pena de mim mesma, mas também não queria ser a primeira a apontar o dedo e me julgar insuficiente. infelizmente, eu sou. mas tento não ser. uma coisa de cada vez.

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caí no blog da cláudia (no qual, de tempos em tempos, acabo caindo, mesmo) e isso me fez voltar a assistir ted lasso — eu parei na primeira ou segunda temporada, e nunca mais terminei. ultimamente, tenho assistido muita coisa: filmes, séries, animes. ted lasso é uma série tão querida, que me traz tanto a sensação de uma coisa inerentemente boa, que foi bom voltar a assistir agora que não estou me sentindo tão bem. você tem razão, lana, vou checar as vitaminas D e B12. vai que.

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por fim, é isso. pulando de um assunto divertido pra um meio triste, pra um legal, pra um filosófico, porque a vida é assim. tenho que me lembrar de não demorar tanto a escrever, porque senão a porta da escrita emperra e eu não me lembro de vir aqui de novo por mais um tempão.

terça-feira, 10 de junho de 2025

giro de notícias

ultimamente eu tenho pensado muito em escrever, contar coisas pra vocês e etc e tal, mas acaba nunca saindo do mundo das ideias. então, inspirada em blogs antigos que eu seguia que tinham os queridos drops da semana (que saudade!) e também no “do quarto numa quarta” do zé tampinha, vou só despejar tudo aqui antes que eu me esqueça o que queria compartilhar, risos.

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venvanse: o inimigo agora é outro

pra quem me ouve (ou me lê) com alguma frequência, sabe que a cada 10 desabafos, 11 são porque meu foco não é lá essas coisas. isso vem sendo reclamado não só pros meus amigos, colegas de trabalho e transeuntes aleatórios que calhem de me ouvir, mas também pros profissionais que cuidam da minha cabeça. meu psiquiatra, depois de algumas tentativas, resolveu me receitar o venvanse, psicoativo, pra ver se fazia algo com a minha disfunção executiva, dificuldade de foco e coisa e tal e tal e coisa.

em duas palavras: não funcionou.

em mais palavras: não só eu não consegui ter meu foco restaurado (ai, ai! dor), como também fiquei ansiosa horrores. agora, ao invés de um problema sem solução, eu tenho dois problemas!!!! e nem é pelo preço de um, porque vocês já viram o preço dos remédios na farmácia??? enfim. tô chateadíssima, preciso marcar com meu psiquiatra mais uma vez pra chorar as pitangas e procurar outra solução pra questão do foco que vem me afligindo há anos. vou te contar, o pobre não tem um minuto de paz.

como se não bastasse, dia desses eu estava assistindo novela e meu controle simplesmente SUMIU. depois de revirar o sofá — onde geralmente as coisas caem e desaparecem — e não encontrar coisa alguma, eu fui pegar um copo d'água, e...

...qual a minha surpresa quando eu encontro o controle da TV meio mergulhado dentro de uma cumbuca cheia de água. agora, como ele foi parar ali? QUANDO??? ninguém sabe. e agora eu preciso encontrar um lugar que conserte o meu controle.

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fuxicando a correspondência alheia

tenho voltado a ler, e o livro da vez é “minhas queridas”, um compilado de cartas que a clarice lispector enviou às irmãs durante um período de sua vida em que viajou bastante. eu gosto muito de ler compilados de correspondências, me deixa animada pra escrever também, e é como poder dar uma olhada no findo da alma das pessoas. as correspondências da clarice são muito legais; ela é dramática horrores, apegada à família, e cheia de manias. claro que tem todas as problemáticas dela, mas é interessante ver tudo isso mesmo assim, sem apagar as partes ruins e mostrar só as boas.

tô cheia de cartas a responder, também, que fico dizendo que vou responder já faz uns quatro meses. vocês acreditam que a gente já tá em JUNHO??? é meio chocante que o ano esteja na metade. tenho tantos cursos a fazer, coisas a resolver, projetos a engatar, cartas a responder!, que chega a ser desesperador pensar que só tenho seis meses pra isso tudo. com sorte, a ansiedade vai me dar uma folguinha e eu vou conseguir escrever todas as cartas atrasadas por aqui.

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não morri de fome

depois de mais de um ano tentando (!!!), finalmente cheguei ao fim do modo aventura em don't starve! desde que eu descobri que existe um modo aventura no jogo, completamente ao acaso, fico jogando em morrendo, jogando e morrendo, jogando e morrendo toda vez.

eu explico: o modo aventura é um desafio em don't starve que tem elementos da história do jogo; você passa por cinco fases, cada uma com uma dificuldade diferente: em uma delas, é inverno pra sempre, e você tem que se cuidar pra não congelar; na outra, você precisa viajar por ilhas com biomas diferentes pra conseguir todas as “coisas” que te levam pro próximo mundo. às vezes eu morria por motivos dignos, e outras por motivos meio bestas, mas agora aconteceu: cheguei ao final! não sei se fico feliz por conseguir depois de tanto tempo ou triste por não ter mais o que jogar.

pelo menos supostamente teremos o lançamento de silksong esse ano, já que eu não tenho nenhum outro metroidvania pra jogar.

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os irmãos lata velha

ainda no tema “coisas que finalmente fiz”, criei coragem e assisti fullmetal alchemist: brotherhood. eu tinha assistido o anime de 2006 há um bocado de tempo, e acabei não me interessando tanto pelo de 2009, que segue a história do mangá, já que foi feito depois do fim do lançamento. brotherhood é divertidíssimo, e foi bom finalmente conhecer a história da forma como foi pretendida. agora, fico pensando no que mais posso assistir que tenha postergado por muito tempo... eu tenho esse hábito terrível de demorar muito pra assistir coisas que me interessam. pelo menos sempre tenho algo pra ver.

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será que estou deprimida ou será só o capitalismo tardio?

(spoiler: acho que são os dois)

ultimamente, como eu disse lá em cima, tenho ficado muito ansiosa. se fosse só esse o problema, tava tudo bem, mas além da ansiedade tem me batido um desânimo enorme, uma falta de vontade terrível pra fazer toda e qualquer coisa, e uma inclinação enorme a querer apenas... dormir. e dormir, e dormir, e dormir. eu sei que tem coisas acontecendo no trabalho que me deixam irritada e sem saber ao certo o que fazer, e que não conseguir me concentrar me deixa com menos vontade ainda de trabalhar, mas esse desânimo que não me deixa nem comer direito é ruim demais!

quero voltar a fazer as coisas do jeito que fazia antes. agora parece que tudo me cansa muito mais do que devia, que levantar pela manhã é trinta vezes mais difícil, e que nada mais tem graça. alguma coisa na minha medicação deve estar funcionando, porque ao invés de me render a essas sensações, eu fico com raiva; não quero me sentir assim. quero voltar a me alimentar direito, e me empolgar, e me mexer, e sair com meus amigos, e cuidar da minha postura, e ler, e escrever cartas.

às vezes, penso se não é o trabalho que me deixa tão desanimada. ser adulto é fazer coisas que você não quer, mas me pergunto o quanto passar uma parte tão grande do meu tempo fazendo coisas que não me interessam de verdade e vivendo nesse ambiente de desenvolvimento-profissional-acima-de-tudo afeta minha saúde mental. no fim das contas, não importa: vou continuar tendo que trabalhar pra pagar as contas no fim do mês. a grande meleca que é o capitalismo e a vida adulta e tudo o mais..

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queria ter um giro de notícias mais legal pra vocês, mas é o que tá dando. tenho sentido falta de companhia e de conversar — algumas das partes boas das redes sociais é não se sentir tão sozinha. até lá, vou me contentando (do melhor jeito possível) com os comentários e com a nossa fanfic conjunta sobre a relação familiar do leão do proerd e o leão da receita federal.

pra compensar, deixo vocês com dois links legais: a playlist do rato detetive, pra quem gosta de ouvir algo enquanto trabalha/estuda e quer fugir um pouco do lo-fi. é muito divertida, e as músicas da playlist tem nomes engraçadinhos, na temática rato detetive! o outro link é essa sessão gostosinha do mac demarco na KEXP, bem velha, mas que direto aparece pra mim e eu acho uma delícia de ouvir. dá aquela sensação de estar acordado de madrugada, como se o mundo fosse nossa bolha, sabe? às vezes, tudo o que a gente precisa é o silêncio da madrugada e uma música gostosa de se ouvir.

como vocês estão? como vai essa metade do ano por aí? espero que bem. se vocês gostarem de conversar tanto quanto eu, meu email tá na página sobre mim.

uma beijoca pra vocês e uma ótima semana!

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