terça-feira, 29 de julho de 2025

muito trabalho e pouca diversão? aqui não!

diarinho #4

vou continuar com os diarinhos, mas, como amo um nome maluco pras postagens, só vou atualizando aqui. dá pra acessar todos eles clicando aí em cima (ou pelo marcador lá embaixo, que é a mesma coisa).

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enquanto vinha aqui falar sobre os últimos tempos, percebi que eu amo muito reclamona — mesmo quando coisas boas acontecem, parece que as ruins têm tomado a frente e eu só consigo pensar nelas. não que as coisas ruins também não devam ser reconhecidas, claro, mas por mais que eu fique nesse embate moral de dar atenção às coisas boas versus dar atenção às coisas ruins, a coisa é que nos últimos tempos eu tenho feito questão de anotar e tirar fotos de coisas ótimas que aconteceram por aqui, então bora lá.

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no começo de julho fui conhecer um café que meu amigo emilho descobriu aqui em são paulo, chamado bogo café. um amor de lugar, com uma torta muito gostosa e um café realmente delicioso — comprei um pacote de café em grãos deles. sabe como era o nome? colo. o nome do café especial era colo. 🤏

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noutro dia, me juntei ao emilho e aos meus amigos isa e matheus pra jogarmos jogos de tabuleiro juntos (eu amo ter amigos que gostam de jogos de tabuleiro). vocês sabiam que existe um jogo inspirado em tubarão, o clássico filme dos anos 70? um jogo em que você pode ser o próprio tubarão e tentar vencer os outros jogadores, comendo o maior número de banhistas possível? pois é, existe. e eu fui o tubarão. 10/10, recomendo.

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meu amigo zé veio a são paulo, e nós conseguimos ser selecionados pra plateia da lorelive, um programa que a lorelay fox (uma das poucas produtoras de conteúdo que eu acompanho) faz. foi muito divertido e eu ainda fui selecionada pra participar de uma dinâmica??? enfim, uma loucura generalizada. rimos horrores nesse dia aí, foi tudo de bom.

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outra coisa que eu enrolei horrores pra fazer foi ir à exposição do andy warhol que tá acontecendo aqui em são paulo, com várias obras, fotos e reproduções. também fui com o zé (programa de designer, né) e a gente comentou e riu bastante. tinha muita coisa além das obras de pop art mais conhecidas dele — trabalhos muito interessantes de estamparia, embalagem e cores, além de várias polaroids que ele tirou de pessoas conhecidas ou não. fiquei particularmente encantada com essa capa de revista que retrata o arnold schwarzgejfgshsgdgger, em que as sobrancelhas dele parecem aqueles cílios com volume russo.

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pra fechar, fui com amélie a embu das artes passear nesse domingo passado, tanto pra conhecer a cidade quanto pra ver coisas de artesanato. não comprei muita coisa — algumas galinhas de cerâmica, tipo aqueles elefantinhos que toda mãe tinha nos anos 90, e umas pedras —, mas registramos esse lindo exemplo de como você pode começar a fazer um trabalho com todo o cuidado e detalhismo do mundo, pra no final... bom, deixo vocês com essas matrioshkas: algumas representam minha energia quando a semana tá na metade. adivinhem quais.

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é isso! por agora tô relendo eu, robô (uma leitura muito gostosinha) e tentando não ficar maluca com o trabalho e com a vida enquanto espero o cartão virar pra começar a fazer um pilates, uma academia, qualquer coisa. cês acreditam que vai voltar a fazer frio? eu tô em negação. logo quando o clima estava voltando a ser ameno. maldito aquecimento global.

terça-feira, 22 de julho de 2025

coisas que me fazem eu

uma vez, discutindo com uma então namorada sobre desventuras e tristezas da vida, descobrimos que cada uma de nós tinha uma visão muito diferente sobre o que sentíamos (e sofríamos): enquanto ela pensava que não havia nada de único no seu sofrimento, no seu sentimento — que muita gente já havia se sentido ou se sentiria do mesmo jeito, que aquilo era uma condição básica de existir —, eu me enxergava como a única pessoa a ter os sentimentos que tinha, pelos motivos que tinha, em qualquer dado momento da minha existência. apesar de isso me tornar solitária no meu sofrimento e dar a ela uma companhia, mesmo que só a ideia de uma, a forma como enxergamos isso mostra algo muito íntimo sobre nós, mesmo que eu não consiga apontar exatamente o que é.

esses dias, depois de um intensivão de vídeos, filmes, documentários e música popular brasileira, me peguei pensando nisso de novo. assisti ao filme biográfico do ney matogrosso, homem com h (se vocês gostam de música brasileira e ainda não assistiram, por favor, o façam!), e fiquei pensando em como eu já fui essa pessoa que se diferenciava, que era do seu próprio jeito, diferente do jeito dos outros, sem ligar muito pra opinião alheia apesar do frio na barriga. eu não acho que se sentir especial ou único seja algo ruim; todo mundo quer se sentir especial. se não houvesse um conjunto de coisas específico que transforma cada pessoa nela mesma, seríamos só um bando de gente igual, falando sempre das mesmas coisas, sem nenhuma mudança substancial no tecido da sociedade. ainda não sei exatamente aonde isso me leva — tá na ponta da língua, mas a palavra me foge —, mas sinto falta dessa sensação de ser única e especial. porque isso não me isolava em quem eu era, e sim me dava uma infinidade de coisas pra compartilhar, pra distribuir, pra me conectar; ser único ou especial não precisa significar estar só. pode significar criar um núcleo seu, cheio de gente, cheio de ideias, cheio de coisas. e eu sinto que já fui assim, mas não sou mais há muito tempo, e isso me deixa triste — quem sou eu agora, então?

assim, com base nessa teimosia de que não sou mais quem era, que não tenho mais o que eu tinha antes na juventude, uma vontade, uma alma, vim fazer uma lista de coisas e fatos que fazem (ou fizeram) de mim o que eu sou. todo mundo tem suas coisas,  e de vez em quando é bom relembrar que elas ainda existem (ou existiram, enquanto faziam sentido). podem ser coisas bobas, podem ser coisas sérias, mas são coisas.

lista de coisas que fazem de mim eu mesma

  • quando eu estava na adolescência, decidi que trataria as outras pessoas do mesmo jeito como gostaria de ser tratada
  • o pai de uma amiga da faculdade, ao me conhecer, disse que eu era a única pessoa que ele conhecia que era igual na internet e fora dela
  • eu sou absolutamente obcecada por jogos que tem mapas enormes. adoro jogos com mapas. não sei o porquê
  • do nada, um dia, na pandemia, decidi que estava obcecada com galinhas (isso durou muito tempo, e hoje eu tenho muitas coisas de galinha por conta disso kkk). desconfio que foi por causa daquele vídeo da galinha brincando com o cachorro
  • eu amo coisas brilhantes e maquiagens com glitter — em uma época da vida, saía sempre com alguma coisa brilhante na cara, inclusive com as olheiras cobertas de glitter ou com estrelinhas pregadas na cara
  • já tive um sofá no meu quarto, que não me lembro de jeito nenhum como eu consegui e como foi parar lá. era um sofá cama, que eu usava pra estudar, ler, e que ficava com meus bichos de pelúcia
  • bichos de pelúcia esses que tinham nome, e pros quais eu dava boa noite todo dia antes de dormir. não só pra eles, mas pra qualquer bonequinho ou coisa que eu pudesse atribuir uma personalidade no meu quarto
  • eu costumava fazer altas maquiagens artísticas quando estava sozinha em casa, só porque sim
  • sempre fiquei e fico muito feliz quando alguém vê algo e diz que se lembrou de mim
  • no ensino médio, meu abraço foi eleito o melhor abraço da turma e, um dia, as pessoas fizeram fila pra me abraçar
  • por muito tempo, eu mantive uma lista com coisas legais que as pessoas que conviveram comigo disseram sobre mim — eu lia sempre que me sentia meio pra baixo
  • eu amo os jogos do rusty lake (um estúdio independente de jogos), e uma vez ganhei um sorteio deles, o que me rendeu um postal (!!!) e um código pra ter um dos jogos pagos deles de graça
  • durante uma época da minha vida, eu tinha um “amigo imaginário” chamado universo, que era basicamente... o universo. eu conversava com ele pra tirar as coisas de dentro da minha cabeça quando tudo parecia muito
  • eu tenho vários diários, todos (se não, a maioria) interrompidos pela metade. gosto de revisitar de vez em quando pra ver como as coisas mudaram na minha vida depois de algum tempo
  • quando mais nova, eu adorava fazer “ensaios fotográficos” em casa, principalmente no meu quarto. eu usava uma foto minha como capa do facebook, porque era uma foto muito maneira que eu tirei
  • descobri o penpalling, ou o hobby de enviar cartas, através do tumblr, e depois disso nunca mais parei. já recebi carta de tudo quanto é lugar!
  • tenho uma coleção de postais que pessoas queridas mandaram pra mim de lugares pra onde viajaram!
  • aprendi a jogar tarô sozinha, e é uma das coisas que eu gosto muito de fazer (embora não tenha feito tanto ultimamente)
  • um dia, descobri que amo o bolho toalha felpuda, e tento fazer ele de tempos em tempos desde então
  • quando eu fazia aulas de inglês, meu professor soube que eu gostava de escrever e que queria escrever um livro, e me disse que escrever em português seria pra mim, mas em inglês seria pro mundo. eu entendo o que ele quis dizer, mas não existe nada como escrever na nossa língua materna, e hoje eu tenho um amor imenso por escrever em português (apesar de pensar em, um dia, traduzir o que escrevo pra poder dialogar com pessoas de outros países que têm blogs)
  • eu soube que era bissexual aos 12 anos, quando estava na sexta série. não beijei uma menina até os meus vinte ou vinte-e-algo, mas já tinha isso consolidado na minha cabeça, e nunca foi uma questão pra mim (apesar de ter enfrentado represálias)
  • quando meus pais descobriram que eu estava namorando uma menina, foi horrível; chorei todas as lágrimas do mundo, fui dormir com minha namorada (que tinha ido me visitar pra, pasmem, vermos o filme da turma da mônica) na casa de uma amiga, e, no dia seguinte, recebi uma ligação dizendo que eu não tinha passado em uma vaga para a qual fiz entrevista de emprego. eu ri, porque tá no inferno, abraça o capeta, né? quinze minutos depois, me ligaram de novo pra avisar que tinham liberado outra vaga e eu tinha sido selecionada, hahaha
  • na minha rua, quando morava com meus pais, havia um parque ecológico com uma paineira enorme. um dia, o vento soprou as painas e pareceu que estava chovendo algodão. foi muito mágico
  • nesse mesmo parque ecológico, tinha um pajeú cujas sementes voavam e caíam na rua. também era lindo. fiz um “colar” com elas, uma vez
  • ali pelos meus 17, 18 anos, eu gostava muito do cheiro de baunilha. por isso, resolvi que não iria mais usar outros perfumes: peguei uma essência de baunilha, água, álcool, coloquei num vidrinho e usei como perfume por muito tempo
  • eu ia à igreja desde nova, por causa dos meus pais; fazia catequese e tudo. mas, um dia, depois de já ter lido a bíblia para crianças sei lá quantas vezes pro meu irmão e ser a pessoa lá que mais sabia sobre pequenos fatos bíblicos, me dei conta de que nada daquilo fazia sentido. minha mãe ainda me obrigava a ir à missa todo domingo, mas eu dizia que iria à missa à noite e ficava perambulando pelo bairro até dar a hora de voltar pra casa
  • quando bem mais nova, eu tinha muitos sonhos lúcidos. até hoje, muitos dos meus sonhos são sonhos repetidos ou em ambientes nos quais já tive sonhos muitas vezes. consigo descrever muito bem alguns deles, como o lugar com milhares de elevadores verticais e horizontais, a piscina perto de uma montanha sendo escavada, e o navio de pokémons (não me perguntem)
  • quando estava deitada na cama pra dormir, costumava ficar pensando em um milhão de coisas — um assunto levava a outro, e eventualmente eu não sabia como tinha chegado no pensamento que estava tendo. nesse momento, eu forçava a memória pra voltar os pensamentos um a um e entender qual tinha sido o pensamento original (é uma ótima forma de treinar a memória)
  • eu sempre gostei de ouvir o vento pela janela quando ventava muito forte e ele fazia barulho, porque sentia que ele estava falando comigo
  • porém, sempre detestei trovões muito altos. mas gostava quando acabava a luz e eu ficava com meu irmão ou minha mãe no quarto, só com a luz do dia ou da lua e de uma lanterna, conversando
  • sempre tive facilidade na matéria de português, e sempre gostei dos professores de línguas das escolas em que estudei. acho que é uma das coisas que mais me fascina e que eu mais gosto, independente de qual fosse minha idade
  • minha bisavó morava na roça, numa fazenda pra qual eu e minha família por parte de pai íamos todo fim de ano. ali, eu nadei no córrego, cozinhei, brinquei com lama, dormi em barraca, salvei pintinhos, corri atrás de galinhas, vi cobras, brincava de pó de pirlimpimpim com meus primos, vivi minhas primeiras paixões frustradas e, uma vez, me sentei do lado de fora no sereno, durante a noite, só pra olhar as estrelas — e todos os meus primos vieram se sentar comigo
  • quando meus amigos se casaram e foram tirar férias pra viver a lua de mel na europa, eu fiquei na casa deles por um mês tomando conta das duas gatas, santa maria e manu. a santa foi com a minha cara imediatamente, mas a manu demorou uma semana pra ronronar pra mim, e duas semanas pra dormir na cama comigo (a santa e eu ficávamos de conchinha). isso me fez sentir muito especial. além disso, eu, que tenho alergia a gatos, não espirrei por alergia uma única vez quando estive lá — e a manu é peludíssima
  • as cachorras da minha amiga rafa foram tanto com a minha cara que, quando eu ia ficar na casa dela por um tempo e depois ia embora, as duas ficavam me procurando em todos os cantos e ficavam chateadas ao ver que eu não estava mais lá
  • quando fui ao festival em que beijei minha namorada pela primeira vez, não tínhamos o programa em mãos. ela foi olhando o programa da pessoa que estava na nossa frente, fazendo movimentos como se estivesse passando as páginas da pessoa com o poder da mente, bem discreta, sem dizer nada. eu, percebendo isso, disse: “então esse é o seu superpoder?”, e isso é uma coisa que nos maravilha até hoje
  • eu adoro mandar cartas, mas também adoro e-mails — todos os meios de comunicação que não são necessariamente instantâneos me fascinam! dá tempo de pensar e a conversa com outra péssoa passa também a ser uma conversa consigo mesmo
  • minhas coisas em casa costumam ter etiquetas com piadocas. meu pote de louro tem escrito “moreno”, o curry é “curry que a polícia vem aí”, a pimenta é “dênis, o pimentinha”, o arroz japonês é “filho do goku”, o cravo é “não é espinha” e por aí vai
  • eu adoro cadernos de receita. não aqueles que você compra, mas os caseiros. acho muito divertido ver uma receita chamada “pão da patrícia”, “bolo de chocolate delícia”, “pãozinho da rita”, e espero que, algum dia, alguém escreva uma receita minha com o meu nome ao lado no seu próprio caderno de receitas
  • trabalhei durante um tempo em um café-livraria-abrigo de gatos, e fiz um bocado de amizades. as pessoas me reconheciam e, apesar de saber o quão difícil pode ser trabalhar com atendimento ao público, eu amava ver pessoas todos os dias e interagir com elas. ganhei presentinhos, tive playlists elogiadas e, apesar dos pesares, vivi ótimos dias
  • quando mais nova, eu não tive um contexto musical muito grande em casa — meus pais tinham alguns CDs, mas nada demais, e não ouviam muita música comigo por perto. já adulta, me apaixonei completamente por música popular brasileira e meu sonho era ler tudo o que existe e ouvir tudo o que é possível disso. minha namorada, ao contrário, teve muita influência musical e cultural dos pais, e é uma das minhas principais fontes de música brasileira e cultura brasileira em geral, o que me fascina <3
  • na casa dos meus pais tem uma varanda, e vários passarinhos sempre estão por lá. por isso, virei, por um tempo, uma ornitóloga amadora, e sabia exatamente quais pássaros iam até lá, de qual fruta eles mais gostavam, e conheci meu pássaro favorito: o sabiá-do-campo, mimus saturninus
  • apesar de ter nojo ou medo de alguns animais, hoje eu amo todos eles. os animais só estão lá, vivendo suas vidas e existindo. eu acho isso fantástico, por mais simples que seja
  • não me lembro ao certo quando me apaixonei por quadrinhos (mentira, porque deve ter sido na infância, com a turma da mônica), mas hoje estou sempre apoiando projetos de quadrinhos nacionais e é uma das coisas que mais me alegra
  • eu amo fazer amizades. me faz sentir feliz e inteira. eu acho que não há nada mais gostoso do que estar apaixonada pelos seus amigos, porque eu admiro muito todos eles
  • sempre que estou fazendo algo e me interrompo porque acho que alguém vai ter uma opinião ruim ou não vai gostar, me interrompo de novo e lembro que estou fazendo aquilo por mim, não por outra pessoa
  • eu nunca entendi como se jogava campo minado (sim, o joguinho do windows), então um dia resolvi baixar no celular, aprender a jogar, e hoje é um dos únicos jogos que tenho no celular
provavelmente tem muito mais coisa, mas acho que isso aqui é o suficiente pra quando eu estiver me sentindo pra baixo, ou nada especial, e quiser me lembrar. por mais que sejam coisas aleatórias, é um conjunto que me transforma em mim mesma, e nada mais especial do que isso :^) espero que vocês também se lembrem do que os torna únicos de vez em quando!

segunda-feira, 21 de julho de 2025

MPB: músicas pra bailar na segunda

queria compartilhar esse vídeo com alguém, não sabia com quem, e pensei em vocês. boa segunda! :^)


sábado, 19 de julho de 2025

eu quero dinheiro, eu não quero amar

é chegada a hora dele: o temido, o pavoroso, o acerto de contas do mês.

tamo desse jeitinho

antes de abrir meu extrato de junho (sim, estou atrasada, me deixa), eu acredito que me saí muito bem. não fiz nenhuma compra por ansiedade, esperando aquela felicidade que vem em apertar o botão de “finalizar compra”. comprei algumas coisas que não estavam previstas há tanto tempo, mas foram todas pra minha quermesse — os prêmios do bingo, poucas coisas de enfeite, um fio pra eu fazer as bandeirinhas, etc. dessa vez, resolvi ilustrar com valores aqui, o que me ajuda a ter noção da dimensão dos gastos (eu pediria pra vocês não me julgarem, mas assim... podem julgar, desde que não me xinguem nos comentários).

ah, um adendo: não vou incluir aqui os gastos parcelados de antes de começar o ano sem compras, ok? estamos contando apenas as compras feitas especificamente no mês passado. também, como de praxe, não vou incluir coisas como serviços, streamings e contas.

tendo isso em mente, os gastos do mês foram:

  • 🥲 R$ 67,82 com jogos do nintendo switch — eu geralmente compro jogos independentes e em promoção, e esse valor foi gasto em três jogos, então acho ok... porém, como eu tinha dito na postagem original que gastos com jogos estavam fora do planejado, me ferrei
  • 😌 R$ 207,49 com farmácia — queria dizer que foram vários remédios, mas foi só um (01) e ele não funcionou pra mim. choramos, mas foi um gasto planejado.
  • 😌 R$ 27,00 com um bolinho da casa de bolos da vó alzira  esse aqui foi quase sem querer, porque meu VR não passou aqui por algum motivo. foi um bolinho pra um café da tarde com meu amigo emilho, então foi ok.
  • 😌 R$ 23,50 com um app de controle remoto — lembram quando o meu controle remoto sumiu e eu do nada achei ele boiando em uma cumbuca, na pia da cozinha? pois é. não solucionei esse mistério ainda, mas nessa época, pra não ficar 100% sem controle, eu comprei um app de controle remoto pro meu celular (e ele realmente funciona!! não é magia, é tecnologia)
  • 🥲 R$ 70,37 com uber pra ir e voltar de uma oficina de tarô — esse me deixa triste, porque né, uber. porém o lugar em que a oficina aconteceu é perto de itaquera, bem longe de casa, e eu não sei voltar de transporte público. a ida foi mais barata, porque eu fui com a minha prima (mas, como eu tava atrasada, peguei uber pra casa dela kkkkry).
  • 😌 R$ 104,20 com um controle remoto novo — como todos imaginávamos, usar um aplicativo como controle da TV não é a melhor das soluções. como ele ficava dessincronizando, eu me dei por vencida e comprei um controle igual ao meu após pesquisar um bocado.
  • 😌 R$ 133,66 com a quermesse da igreja — fui a uma quermesse com minha amiga amélie, e, com a entrada e gastos lá, gastei isso tudo. achei ok, porque foi uma saída de casa, eu comi, bebi, joguei bingo, joguei jogos de festa junina e ri um bocado. o gasto foi um cado mais alto porque na quermesse o esquema de pagamento era um cartão que você recarregava. fancy.
  • 🥲 R$ 21,91 com uber pra voltar da quermesse — esse aqui eu sou contra, podia ter esperado o ônibus (mas ele ia demorar pra passar, e tava tarde).
  • 🥲 R$ 20,94 com uber pra feira do livro — não era pra eu pegar uber, mas saí atrasada r i s o s
  • 🥲 R$ 91,00 com comidas na feira do livro — a comida lá era feita em fornos de ouro e servida em pratos de ouro. pelo menos não comprei nenhum livro, mas podia ter comido em casa (eu comi duas coisas e tomei uma água de coco, apenas!!)
  • 😌 R$ 35,52 com comidas de padaria — aquele lanchinho pós-feira do livro. não faço a menor ideia de por que eu paguei com o cartão de crédito ao invés do VR, acho que só não pensei?
  • 😌 R$ 40,89 com bingo e cartelas de bingo na shopee — aqui foi quando eu decidi fazer a quermesse em casa, e comprei um jogo de bingo. comprei também um talão avulso de cartelas.
  • 😌 R$ 29,90 com palmilhas na shopee — minha mãe me pediu pra comprar palmilhas pra ela na shopee, e eu só... comprei. não foi planejado, mas vá lá, não foi pra mim!!
  • 😌 R$ 654,74 com coisas para a festa junina e pra casa — eu não tinha parado pra pensar QUANTO gastei com a festa junina, então tô meio chocada, agora. entre essas coisas estão os prêmios do bingo, algumas conchas de comida que comprei pra servir os caldos, uma garrafa térmica, lâmpadas pra minha casa, e algumas coisas que não vou lembrar agora (vou anotar todos os gastos específicos daqui pra frente, pra ter a DISCRIMINAÇÃO DE ITENS). mesmo assim, foi MUITO DINHEIRO. meus amigos contribuíram cada um com 20 reais pra quermesse, então dá pra tirar 160 reais daí? socorro? mesmo assim, não considero um gasto “chorável”, porque foi um evento planejado, eu peguei dinheiro do meu cashback do cartão pra pagar, e me fez muito bem.

o que nos leva a um placar de...

😌 gastei e foi ok: R$ 1256,90 — caraca, muita coisa, né? apesar disso, temos gastos muito maiores nessa categoria e que foram realmente necessários, como remédios e a saga do meu controle remoto. a festa junina foi um evento que eu banquei aqui em casa, então foi um gasto grande, mas também planejado, então entrou nessa categoria, já que cumpria os requisitos de não ser um gasto motivado pela ansiedade e por ser algo que genuinamente me conectou com outras pessoas e me deixou feliz.

🥲 gastei e chorei: R$ 272,04 — tivemos poucos gastos considerados ruins no mês de junho! isso me deixou muito feliz. eu realmente não fiz nenhuma compra impulsiva motivada pela ansiedade ou pela vontade de me sentir bem! mas ainda temos muitos gastos com uber, o que dá pra melhorar. o pior é que esse mês de julho eu não gastei com uber, mas... o ifood comeu solto... enfim, isso vocês veem no mês que vem.

e foi isso por esse mês! vou tentar anotar com mais detalhes as compras dos próximos meses! gostei de colocar os valores, porque aí vou fazendo um placar pra ver o quanto eu gastei com coisas choráveis versus o que gastei com coisas que considero ok.

até a próxima, e cuidem desse bolso, viu?

quinta-feira, 17 de julho de 2025

como já diria vanessa da mata: aiaiaiaiaiaiai

quando eu comecei a escrever aqui, há uns 3 dias, estava num humor levemente... dramático.

quando certa manhã eu acordei de sonhos intranquilos, encontrei-me em minha cama metamorfoseada em uma senhora com dor nas costas monstruosa.

eu não sei o que aconteceu, juro — na verdade, até tenho um palpite... aliás, dois: ou foi dormir com um braço esticado embaixo do travesseiro, ou ficar toda torta jogando videogame no sofá —, mas estou aqui com uma dor muito louca nas costas, ali pela escápula, sabe?, e toda vez que eu mexo meu braço esquerdo um pouco mais, dói. acho que é um nervo comprimido, um músculo que deu nó, algo assim. ainda tô pensando se aguento um pouco pra ver se melhora sozinho, ou se saio correndo pro pronto-socorro mais próximo cantando ai ai ai ai ai ai ai ai ai ai ai ai ai, igual à vanessa da mata.

como dá pra ver, eu estava um pouquinho (só um pouquinho 🤏) chateada com a minha dor nas costas, o que me transformou, segundo eu mesma, num monstro kafkiano. é que não era  a dor nas costas — minha garganta também resolveu ficar ruim do nada, e eu, de tanto estar ansiosa e ficar coçando o olho, vi meu olho direito começar a inchar e percebi que estava com um terçol. uma tripla combinação de pequenas desgraças (se bem que a das costas não foi tão pequena assim, eu tava travada) que piorou meu estado mental e me jogou ainda mais fundo no poço.

tá, calma, tô colocando o carro na frente dos bois. vamos começar de novo: acho que eu tô numa crise depressiva braba.

[sons de suspiros exaustos]

talvez outras pessoas já tivessem percebido antes de mim, mas eu vi se consolidando no meu dia-a-dia a falta de ânimo, de empolgação, a ausência de propósito e de vontade de fazer qualquer coisa. é difícil me alimentar de forma saudável, é difícil querer arrumar a casa, é difícil prestar atenção nas coisas, é difícil me sentir feliz mesmo quando eu jogo um videogame ou assisto alguma coisa. e isso começou a me deixar puta das calça.

eu já comentei isso antes, mas eu detesto ficar deprimida. é uma coisa engraçada de se dizer, mas não estar bem me deixa muito brava; não sei se é por eu já ter feito terapia, se é por tomar remédio há bastante tempo, se é por ser uma pessoa sem tanta paciência, mas eu sempre fico chateadíssima e querendo jogar tudo pro alto e fazer tudo na base do ódio... só que, como eu estou deprimida, não tem ódio o suficiente pra me motivar. eu queria entender de onde vem a falta de motivação pra fazer qualquer coisa de quando eu estou deprimida, porque não ter uma razão clara me deixa nervosa. sem uma fonte do problema, eu não tenho como resolver o problema. e não saber como resolver o problema é o que me deixa mais braba. só consigo pensar “como assim eu não consigo só ficar bem?” e, logo em seguida, “será que eu ficar nervosa com isso significa que eu sou ainda mais doida do que eu acho que sou?”.

enfim. escrevo isso já um pouco melhor, com minhas costas funcionando quase normalmente, minha garganta ainda meio-a-meio e meu olho voltando a ficar menos inchado e vermelho. o desânimo, porém, continua aqui — eu poderia compartilhar com, vocês minhas teorias pra isso também, que têm a ver com minha reposição hormonal, mas como são só teorias, deixa pra lá. vou marcar meus médicos e me queixar com eles.

esses dias, desanimada que só, duas músicas aleatórias apareceram na minha mente do nada: ai, ai, ai, da vanessa da mata (sim) e somos quem podemos ser, dos engenheiros do hawaii (sim). eu tenho a mania de sempre pausar novelas e filmes e séries quando alguma personagem tem um livro em mãos, porque gosto de ver se aquele livro específico tem alguma coisa a ver com o que acontece na trama (ou o que pode vir a acontecer); eu penso que talvez músicas que me vêm à mente do nada são mais ou menos isso, sinais de algo que eu não entendo completamente ainda, mas que está acontecendo ou vai acontecer... no caso, eu tava doente, mas não foi por isso que eu comecei a cantar vanessa da mata do nada no chuveiro, eu acho. e faz anos que eu não ouço nada dos engenheiros do hawaii. talvez tenha a ver com o momento da minha vida e com como eu preciso encontrar um propósito? sei lá. acompanhemos os próximos capítulos.

por fim, vou compartilhar um negócio aqui porque simplesmente NÃO TENHO NINGUÉM COM QUEM COMENTAR: há alguns anos (um bocado de anos, na verdade), eu comecei a ler essa webcomic chamada dumbing of age. ela começou em 2010, e eu comecei a ler acho que ali por 2017, 2018?, e continuei lendo pra sempre desde então. teve uma época que eu parei e perdi, mas então li tudo de novo e alcancei outra vez. é tipo uma tirinha de jornal que sai todo dia, contando a história de vários jovens que vão pra faculdade e aprendem a viver e fazem amizades e se relacionam e... crescem. um coming of age — daí o nome — cuja personagem principal é uma jovem que veio de uma comunidade religiosa muito conservadora.

eu não conheço tanta gente que acompanha quadrinhos desse jeito, por isso quase nunca indico pra ninguém, mas dumbing of age é minha pérola; todo dia eu acordo e uma das primeiras coisas que eu faço é ver a tirinha do dia. eu conheço e amo as personagens, e já aconteceu tanta coisa que é como acompanhar uma nov ela que dura mais de dez anos. que loucura. às vezes sinto muita falta de ter alguém com quem comentar, porque perdi contato com as pessoas que me indicaram há um tempão. sei lá. resolvi só jogar aqui porque o arco que tá acontecendo agora é completamente DOIDO e estão ACONTECENDO COISAS e às vezes é triste gostar muito de algo com quem você não tem alguém pra comentar.

o que, obviamente, não me impede de gostar muito disso. vai que alguém se interessa e passa a acompanhar. é quadrinho pra caramba.

e por hoje é só! ainda tô pensando em como vou tentar virar um ser humano apresentável outra vez na semana que vem, mas pelo menos hoje já é quinta, e amanhã é sexta, e no sábado eu posso tentar acordar mais cedo e ir na livraria trocar alguns livros e rever minha padoca francesa favorita. uma coisa de cada vez, né? já tô até procurando personal pra voltar a fazer exercício e ver se isso me ajuda a ter menos dor nas costas reviver! que loucura intensifies.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

uma internet pequena

encontrei algo incrível!,

mas já aviso que é incrível pra mim, o que não necessariamente significa que seja incrível pra outras pessoas. o que também não me incomoda tanto — afinal, cada pessoa se sente de um jeito a respeito de várias coisas.

ontem, enquanto eu passeava pelos blogs que sigo e lia a última postagem do blog do igor, me deparei com o blog do manu. com dezenas (sério, dezenas) de abas abertas na aba anônima do meu navegador (porque eu uso o computador do trabalho, e essa é a melhor forma de conseguir acessar os blogs e comentar sem fazer uma confusão com meus usuários pessoal e profissional do google), abri mais dezenas e dezenas; acho que, quando fechei a janela sem querer, devia ter umas setenta abas abertas. fazer o quê. a partir dessa descoberta de blog, dessas abas e do infeliz-mas-nem-tanto acidente de fechar tudo o que eu estava pra ler, se sucedeu uma linha de pensamentos que eu resolvi vir aqui tentar colocar em palavras.

acho que deu pra perceber, pela maneira como eu falo aqui dos blogs que acompanho, das pessoas de quem eu gosto, que eu sou uma pessoa apaixonada. pela vida. pelas coisas. mas, principalmente, pelas pessoas. eu acho a existência das pessoas, a forma como elas escolhem existir e se manifestar, uma coisa fantástica. eu gosto principalmente de conversar com as pessoas, e de ler o que elas escolhem compartilhar na internet. até gosto de vídeos (mas geralmente prefiro podcasts), mas algo sobre a escrita, pra mim, é muito particular. é deliberado. as palavras são escolhidas, mesmo que sejam espontâneas. tudo quer dizer alguma coisa porque alguém quer dizer alguma coisa, e não porque as palavras se juntaram ao acaso. eu acho isso o máximo.

há um tempinho, tenho essa postagem escrita que não coloquei pro mundo, por algum motivo; o nome é “world small web, ou uma internet pequena”, e eu falo sobre blogs, sobre existir sem querer a validação que as redes sociais insistem que a gente queira e sobre interagir enquanto contemporâneos na internet.

caindo em blogs por aí, nos últimos dias (que delícia!), acabei acessando e lendo mais sobre algumas plataformas mais descentralizadas de blogagem, como a bear, a writefreely a ghost, além do neocities, que já tá aí faz um tempo. achei muito interessante, uma proposta parecida com a do listography, por exemplo — um site sem a pretensão de depender de mecanismos de interação que criam aquela competição da gente com a gente mesmo: tenho muitas curtidas, comentários?, e etc.

apesar de achar maravilhoso esse momento da internet em que as pessoas fogem do que entendemos como rede social hoje, eu sinto falta da mecânica de comentários dos lugares. o listography perdeu essa mecânica, não deixando mais a gente comentar em listas de outros membros. também não existe sistema de curtida, o que realmente não faria nenhum sentido. lisa nola, a criadora do site, argumentou que o listography não pretende ser “social”.

(...)

sinto um pouco de saudades de poder comentar, pra dizer a alguém que gostei da lista, ou só pra começar uma conversa sobre o assunto escrito ali. eu sinto que o que torna uma rede mais humana é a possibilidade de interação, a discussão verdadeira — não algo pasteurizado, em posts pequenos ou apelativos, como geralmente vemos no xuitter, no facebook, no instagram ou no tiktok, mas experiências compartilhadas, pensamentos expostos... interações sinceras, sabe? não precisa ser algo enorme, mas se tem uma coisa que me faz bem é poder apreciar a companhia de outras pessoas que escrevem blogs e que passam por aqui, como se fossem vizinhos dizendo oi na porta da minha casa, e eu bato palmas pra chamar e dizer oi quando passo na porta da casa deles também.

acho que isso é um dos pontos que me atrai no blogger e me faz não entrar em outras plataformas, pelo menos por enquanto. isso e o apego afetivo que eu tenho, porque o blogger foi o primeiro lugar que eu usei pra criar um blog, e eu posso continuar por aqui. inclusive parece um lugarzinho meio parado no tempo, quando a gente vê todas as atualizações que o google implementa nas suas ferramentas; e eu nem acho isso ruim, pra ser sincera. gosto da sensação de estarmos mantendo algo que torna a internet mais “caseira”. menos ampla, nesse sentido de enorme, que faz com que tanta gente falando tanta coisa não faça diferença alguma; uma internet pequena, não só no blogger, mas em todo esse ecossistema de blogs, de interesses e de corações abertos uns para os outros. é isso que mantém a internet um lugar habitável.

fico muito feliz em fazer parte da internet pequena que a gente constrói por aqui: falando o que queremos, independente de ser interessante pras outras pessoas lerem ou comentarem, porque um blog é como uma casa, e eu não decoro minha casa pensando no que os outros vão pensar.

é uma citação enorme, eu sei, mas eu precisava trazer isso pra fora daquele rascunho que nunca viu a luz do dia. depois de ler alguns posts do manu — em especial esse aqui, mas outros, também —, escrevi um e-mail pra ele. eu sou emocionada, e queria dizer o quanto me faz feliz encontrar na internet mais gente que pensa parecido, que existe e se manifesta parecido comigo, mesmo que a gente não se pareça tanto assim. um dia depois, ele me respondeu, e eu fiquei pensando em todo esse ecossistema de blogs na internet e em como minha vida mudou depois que eu saí das redes sociais.

eu não acho que as pessoas precisem sair das redes sociais pra levar uma vida plena — acredito que algumas pessoas lidam com equilíbrio melhor do que outras, e eu não sou uma dessas pessoas, as redes sociais estavam sugando minha atenção, meu ócio, meu tempo livre, tudo, feito um buraco negro; então, eu decidi sair. simples e fácil. tinha saído do twitter há um bom tempo, e não havia motivo pra ser mais traumático sair do instagram.

uma das coisas que eu percebo, sempre, é que o deixar de ter que chamar a atenção das pessoas vem como uma faca de dois gumes: é bom e, ao mesmo tempo, não é. hoje, nessas minhas saltitadas pelos cantos da internet, caí por causa da ba num post do deniac em que ele diz algo que resume isso que eu sinto:

Às vezes, cansa publicar nas redes. Ficar dizendo “olha aqui, olha eu”, como se fosse preciso subir num banquinho toda vez para existir.

eu ando cansada de querer ser percebida a qualquer custo. por que eu quero ser percebida? porque eu quero, ou porque querem que eu queira? a conversa fica um pouco mais filosófica quando a gente envereda por esses lados, mas vocês provavelmente entenderam o que eu quero dizer: querer ser relevante, ter razão, ser a voz por trás do último hot take do momento, tudo isso é muito exaustivo. eu percebi que só quero mesmo escrever sobre como meus dias estão difíceis, ou sobre como eles estão ótimos, ou sobre como eu acabei de jogar um joguinho novo ou de assistir uma série. sobre as coisas que eu penso e sinto, sem que ninguém precise dizer o quão ótimo ou não foi aquilo que eu escrevi.

ironicamente, eu também não escrevo num vácuo; fosse assim, esse blog seria uma página de documento de texto, ou um diário escrito à mão. mas acho que se abrir pra uma conversa, compartilhar o que se pensa de forma deliberada, é diferente de pedir por atenção. é uma cadeira — não pra eu subir e fazer graça até que me percebam, mas pra que alguém, eventualmente, se sente e me conte de como seus dias estão ótimos, terríveis, sobre o que gosta e o que não gosta.

uma coisa engraçada, inclusive, que eu estava pensando enquanto abria meia dúzia de links (agora perdidos, já que eu fechei aquela janela anônima. rip): eu não faço a menor ideia de como encontrei a maioria dos blogs que acompanho aqui. vocês se lembram como encontraram os blogs que seguem? eu fico pensando que deve ter sido através de alguém que lia alguém, de um blog que acessei através de outra pessoa e que tinha um blogroll, no qual estava outro blog, o qual tinha seu próprio blogroll — e por aí vai. mas acho isso divertidíssimo. sei que o BMRTT existe há muito tempo, mas só agora fui interagir com a ba; aparece um monte de gente aqui e eu me sinto grata e apreciada — não feliz por ser notada, mas feliz por me estenderem um fio de prosa. penso por onde anda a cacá do a life less ordinary, que eu adorava acompanhar. todas essas pessoas pelas quais a gente passa e que passam pela gente, e às vezes a gente passa direto. eu não quero mais passar direto; quero fazer amizades. quero criar conversas. quero mandar e-mails e postar cartas, porque conhecer gente é bom, e me perceber apaixonada por todos os meus amigos é bom também. é maravilhoso sentir que a vida é bonita, que a vida presta, como disse a fernanda torres.

acho que essa postagem é uma homenagem a todo mundo que eu acompanho, com quem eu falo, pra quem eu comento, de quem eu lembro; afinal, eu amo gente, e vocês são gente. tenho conversado com minha namorada, que é outra pessoa fantástica que eu amo e que queria poder apresentar a todo mundo, sobre música brasileira, sobre cultura, sobre colocar pensamentos pra fora e existir em voz alta (mesmo que em escrita!); outra hora eu venho aqui falar mais sobre isso, porque já falei demais por hoje. inclusive sendo séria demais. risos. por hoje deixo só um sorriso e um agradecimento ao ecossistema de blogs que me faz sentir acompanhada por tanta gente nesse dia-a-dia de meu deus. e até logo!

quarta-feira, 2 de julho de 2025

pra ficar cracuda é só bobear

diarinho #3

vou continuar com os diarinhos, mas, como amo um nome maluco pras postagens, só vou atualizando aqui. dá pra acessar todos eles clicando aí em cima (ou pelo marcador lá embaixo, que é a mesma coisa).

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finalmente, FINALMENTE tenho me sentido melhor, depois da festa junina. se tem uma coisa que eu detesto é me sentir mal e deprimida — claro que tenho que estar um cadinho funcional pra conseguir pensar isso, mas vá lá. ando com dificuldade de levantar pela manhã, um desânimo e falta de vontade enorme de fazer qualquer coisa... ao mesmo tempo, ando com a maior vontade do mundo de ser feliz e fazer todas as coisas. acho que em breve vou voltar mesmo pra academia, pra aproveitar esse frio horroroso que tá fazendo em são paulo (desculpa, sou uma pessoa pró-calor).

✶ ✶ ✶

visto que lembrei como é BOM sair e ver gente e me divertir, agora tô tentando não me esquecer disso. como? ora, marcando coisas com as pessoas. só que tá todo mundo corrido e ninguém me responde!!! que coisa, não. tô com saudades até de trabalhar da firma. de trabalhar. preocupante. outra de quem ando morrendo de saudades é a minha namorada, e tenho dado umas choradinhas sempre que penso nisso. namorar à distância, praticamente morar junto e depois ficar a uma américa central de distância é horrível, não recomendo.

✶ ✶ ✶

como eu tava sem nada pra jogar além de alguns jogos bem bobinhos de puzzle, resolvi baixar stardew valley no nintendo switch (o que eu ainda não tinha feito).

não sei o que acontece, mas stardew valley é um dos jogos com a MAIOR capacidade de me transformar numa cracuda completa. eu penso no jogo antes de dormir, eu penso ao acordar, eu passo o almoço jogando. uma coisa assim, preocupante. o mais engraçado é que, pra um jogo em que você tem incentivos pra resistir ao capitalismo, a primeira coisa que se faz é tentar montar um esquema pra ganhar dinheiro o mais rápido possível 🙃 socorro. quando me dei conta do quão cracuda eu estava de novo (as outras vezes que joguei foi pelo computador, há um bom tempo), tomei a dramática decisão de apagar o jogo; afinal de contas, eu já alcancei a perfeição (o equivalente a zerar) duas vezes nesse negócio. agora, tô seguindo a indicação de um amigo e comecei a jogar crypt custodian, em que você é um gatinho com uma vassoura que limpa o pós-vida (KKKK). até agora, não fiquei cracuda.

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eu disse ali em cima, mas tá fazendo um frio desgraçado aqui em são paulo. eu fico sem condições de existir nesse frio. há uns dias, tentando não sucumbir à tristeza e falta de vontade de qualquer coisa, comecei a ler um dos meus livros não-lidos, imagens estranhas. achei bestinha, mas divertido — queria um livro que fosse de TERROR, sabe, me deixasse com medo, ou que pelo menos fosse um suspense que me deixasse NERBOUSAR enquanto leio. tô pensando em não ir pra nenhum desses dois lados e ler drácula (?), que eu encaro como um livro meio engraçado desde que vi alguns comentários e desenhos que um querido que eu seguia no twitter/instagram postava sobre a história enquanto lia.

✶ ✶ ✶

tenho me sentido mais segura em relação ao trabalho. acho que segura não é bem a palavra, na verdade... talvez menos insegura? na minha cabeça, são coisas diferentes. talvez menos desesperançosa, também. a realidade é que ando de saco cheio de fazer coisas nas quais não vejo muito sentido, e tarefas do trabalho se encaixam um pouco nisso. queria que meu cérebro entendesse que tudo bem se sentir assim, mas o aluguel aumenta todo ano e eu preciso pagar minhas contas, então seria ótimo conseguir uma promoção e um aumento.

✶ ✶ ✶

voltando ao tópico saudades, tô com saudades de ler os escritos da van. não digo isso como cobrança (deus me dibre), mas como um sinal de carinho, mesmo — é muito gostoso poder acompanhar quem eu gosto existindo. no tópico blogs, alguns blogs têm me dado muita vontade de mexer em html e css e fazer coisas loucas: a nana colocou um modo escuro no blog dela, e o layout do blog da lia é uma das coisas mais divertidas.vou mexer em html e css por agora? muito provavelmente não. mas apreciar coisas bem feitas também é muito satisfatório.

✶ ✶ ✶

chegamos no meio do ano, galera. não sei se rio ou se choro, porque tá tudo passando muito rápido. logo logo eu chego aqui com o resumo de junho do ano sem fazer compras — gastei um pouco mais que o esperado, mas não foram compras induzidas pela ansiedade, e sim a compra de prendas pro bingo KKK ai, é fogo. té mais!

post scriptums (04.jul.25)

esqueci de falar coisas que tinha pensado em falar!!! como não vou fazer outro post SÓ pra falar dessas coisas, vou colocar aqui mesmo:

uma das minhas alegrias ultimamente é ler a saga poliana origins, que a uaba tá postando no blog dela sobre sua personagem de the sims. é MUITO divertido. eu adoro quando as pessoas se divertem fazendo as coisas, porque aí eu me divirto mais ainda lendo!!!

***

acabei meu tratamento com o roacutan, né, como contei quando voltei pra cá esse ano. acontece que agora, sem o remédio pra deixar minha pele sequíssima, ela tá voltando a produzir um nível maior de sebo... e eu me desacostumei totalmente!!! tomando roacutan, podia deixar o cabelo DIAS sem lavar (muitos dias mesmo. tipo 5 dias. sem nem coçar o couro cabeludo), e agora com 2 dias dele sem lavar já começo a coçar a cabeça. que tristeza. outra coisa é que eu sinto o óleo na minha pele. faz sentido? fazia tanto tempo que eu nem me lembrava da sensação. agora, um ponto positivo é que eu tenho suado muito menos do que estava suando durante o tratamento!! claro que tem feito frio horrores por aqui no sudeste, então vou esperar voltar o calor pra ter certeza... mas quem acredita sempre alcança, etc.

***

a lorde lançou um novo álbum, virgin, e lá fui eu ouvir — pra você que não sabe, eu gosto muito de lorde e melodrama foi um dos álbuns que mais me impactou à época do lançamento (e um tempão depois). só que... sei lá, desde então, a lorde tem falado sobre experiências muito específicas e com as quais eu não consigo me relacionar. sinto saudades de ouvir um álbum e pensar meu deus, eu me sinto assim!, e não sinto isso com os álbuns dela, mais... como eu disse, experiências específicas demais, do tipo ah, aí ele foi lá e cuspiu na minha boca e transamos loucamente e eu fiquei grávida mas tudo bem já passou. nada contra cuspir um na boca do outro e transar loucamente, mas não é minha realidade, aí fica um pouco difícil kkkk

terça-feira, 1 de julho de 2025

olha a quermesse em casa... é verdade!

eu fico sempre me cascando de rir com o snoopy da roça

a minha quermesse aconteceu! depois de muita ansiedade e maluquice, alguns amigos vieram aqui em casa e comeram, cozinharam, fofocaram, jogaram bingo e lavaram louça (?) comigo.

como eu tinha comentado, ao ir numa festa junina de igreja com minha amiga amélie, fiquei com muita saudade da minha terra. não que tenha sido ruim, mas em são paulo todos os lugares são CHEIOS, e eu acabo me sentindo meio sufocada. em juiz de fora, eu sempre ia na festa junina da igreja do meu bairro, e, apesar de encher, nem se compara à quantidade de gente que tinha aqui; fiquei querendo algo que me fizesse sentir mais em casa, com caldos, arroz doce, bolo, bingo e música boa. depois de irmos ao bingo dessa festa (que também tava lotado), comecei a matutar essa ideia de fazer uma festa junina com bingo pros meus amigos.

depois de uma breve enquete no grupo de whatsapp dos meus amigos de trabalho que gostam de fazer rolês aleatórios — já fomos de sessões de jogo de tabuleiro e mexer com cerâmica juntos a fazer um dia de avaliação de bolos, com cartão de notas e tudo —, eu vi que tinha gente o suficiente interessada, o que me fez pensar mais a sério. a próxima questão era: o que eu vou fazer pras pessoas comerem?junto a meu deus, será que cabe todo mundo na minha casa?. fiz uma listinha de coisas que eu sabia fazer: caldo de abóbora com gengibre, caldo verde, arroz doce, pipoca (risos), milho verde, e o resto podiam ser coisas compradas, mesmo: bolo de milho, paçoca, pé de moleque, etc. meu amigo emilho disse que podia fazer o vinho quente, eu fiquei de fazer o quentão e, depois de confirmar que ia acontecer, entrei na shopee e selei o meu destino, comprando um bingo e um talão de cartelas.

ele é muito bonitinho e eu o amo

comecei a fazer a lista de compras, enquanto amélie me mandava mensagem perguntando o que eu queria que ela fizesse. das comidas eu dava conta, e tinha cadeiras, sofás e banquinhos o suficiente pra todos se sentarem, mesmo que ficasse apertado, mas ainda faltava uma coisa importante: os prêmios do bingo.

o que diabos eu ia colocar como prêmio de bingo, meu deus? afinal de contas, bingos de igreja geralmente têm eletroportáteis e eletrodomésticos como prêmio — liquidificador, batedeira, pipoqueira, ventilador, sei lá. faz muito tempo que eu não vou a um bingo de igreja, e o da quermesse aqui de são paulo tinha prêmio em dinheiro. que graça tem um prêmio em dinheiro?

com isso na cabeça, comecei a pensar. na festa que minha família fazia no fim do ano, sempre tinha bingo. os prêmios eram coisas que eu achava muito mais legais: um pudim da minha vó, geleias, uma rede, um frango assado, uma torta... acho que tinha alguns prêmios maiores, mas não me lembro. a graça do bingo não era ganhar, e sim ficar rindo e participando com todo mundo, prestando atenção e gritando “manda a boa!”. era muito mais sobre o sentimento de expectativa do que sobre conseguir completar uma cartela cheia, até porque eu nunca fui muito boa em ganhar nada que dependesse de sorte.

comecei a matutar prêmios que não fossem uma coisa bizarramente cara, mas fossem úteis ou, no mínimo, engraçados. a ansiedade que isso me fez sentir... vocês não têm ideia! eu tenho essa tendência a ficar muito nervosa quando marco alguma coisa, pensando em tudo o que pode dar errado. na minha cabeça, a lista tava assim:

tudo o que pode dar errado na festa junina
  • muita gente confirmar e não ter lugar pra todo mundo sentar
  • as pessoas acharem minha casa feia/estranha/suja/bagunçada
  • ninguém gostar da minha comida
  • todo mundo odiar os prêmios do bingo

eu, catastrofizando? nãããão, quê isso. apesar disso, segui firme e forte, fui comprando as coisas pro bingo, pra fazer os caldos, o arroz doce, testei uma receita vegana, bora que bora. ficou marcado pra domingo, dia 29 de julho — no próprio domingo eu ainda tava desesperada indo pra rua porque não tinha achado barbante pra fazer as bandeirinhas (porque, claro, eu mesma recortei as bandeirinhas) e correndo pra comprar uma cachaça pro quentão.

MODÉSTIA À PARTE, todo mundo falou super bem da comida

como vocês podem imaginar, no fim das contas, deu tudo certo; arrumei a casa e fiz os caldos no dia anterior, fiz a decoração no dia, e preparei o arroz doce perto da hora da festa. emilho chegou pra fazer o vinho quente, o pessoal fopi chegando e eu, como boa doidinha, pedi pra atenderem o interfone caso fosse preciso, porque eu ia tomar um banho, HAHAHA.

o pessoal foi chegando e ficamos conversando, beliscando as comidas, cozinhando e rindo. a coisa boa de sentir ansiedade mas fazer é que você se dá conta de que a ansiedade te faz pensar em tudo o que vai dar errado, mas não te mostra como seria se tudo desse certo. além de elogiarem a casa, a mesa e as comidas, todo mundo adorou o bingo.

como é que pode a gente achar que tudo vai dar errado e tudo dar certo? não aguento mais ser maluca, gente.

os prêmios do bingo (a galera também trouxe algumas coisas!)

eu cantei o bingo, e foi muito engraçado. todo mundo ganhou pelo menos um prêmio (seria isso um milagre de festa junina?) e, quando todos começaram a ir embora, os que ficaram simplesmente começaram a organizar tudo e lavar a louça!!! não vou negar: com a correria pra deixar tudo pronto, eu tava exausta. fui dormir às 3 da manhã no dia anterior pra deixar os caldos prontos e a casa arrumada. então, ver meus amigos me ajudando e ficar sem nenhuma louça pra lavar depois da festa foi o meu prêmio do bingo 💖 é muito bom ter amigos queridos!

a coisa deu tão certo que já quero fazer um bingo no fim do ano, e outra festa junina no ano que vem. acabei o dia me sentindo tão feliz que nem parecia que ultimamente eu ando borocoxô. a lição do dia foi: eu adoro companhia. adoro sair, adoro cuidar as pessoas, adoro apreciar e ser apreciada, e adoro me divertir. preciso me esforçar pra não me esquecer disso!

e é isso. no mais, estarei incentivando todo mundo a fazer sua própria festa junina, hahaha. o único problema é que agora tem tanta comida na minha casa que eu não sei se vou conseguir comer tudo.

beijocas com arroz doce e caldo verde!

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