quinta-feira, 17 de julho de 2025

como já diria vanessa da mata: aiaiaiaiaiaiai

quando eu comecei a escrever aqui, há uns 3 dias, estava num humor levemente... dramático.

quando certa manhã eu acordei de sonhos intranquilos, encontrei-me em minha cama metamorfoseada em uma senhora com dor nas costas monstruosa.

eu não sei o que aconteceu, juro — na verdade, até tenho um palpite... aliás, dois: ou foi dormir com um braço esticado embaixo do travesseiro, ou ficar toda torta jogando videogame no sofá —, mas estou aqui com uma dor muito louca nas costas, ali pela escápula, sabe?, e toda vez que eu mexo meu braço esquerdo um pouco mais, dói. acho que é um nervo comprimido, um músculo que deu nó, algo assim. ainda tô pensando se aguento um pouco pra ver se melhora sozinho, ou se saio correndo pro pronto-socorro mais próximo cantando ai ai ai ai ai ai ai ai ai ai ai ai ai, igual à vanessa da mata.

como dá pra ver, eu estava um pouquinho (só um pouquinho 🤏) chateada com a minha dor nas costas. é que não era  a dor nas costas — minha garganta também resolveu ficar ruim do nada, e eu, de tanto estar ansiosa e ficar coçando o olho, vi meu olho direito começar a inchar e percebi que estava com um terçol. uma tripla combinação de pequenas desgraças (se bem que a das costas não foi tão pequena assim, eu tava travada) que piorou meu estado mental e me jogou ainda mais fundo no poço.

tá, calma, tô colocando o carro na frente dos bois. vamos começar de novo: acho que eu tô numa crise depressiva braba.

[sons de suspiros exaustos]

talvez outras pessoas já tivessem percebido antes de mim, mas eu vi se consolidando no meu dia-a-dia a falta de ânimo, de empolgação, a ausência de propósito e de vontade de fazer qualquer coisa. é difícil me alimentar de forma saudável, é difícil querer arrumar a casa, é difícil prestar atenção nas coisas, é difícil me sentir feliz mesmo quando eu jogo um videogame ou assisto alguma coisa. e isso começou a me deixar puta das calça.

eu já comentei isso antes, mas eu detesto ficar deprimida. é uma coisa engraçada de se dizer, mas não estar bem me deixa muito brava; não sei se é por eu já ter feito terapia, se é por tomar remédio há bastante tempo, se é por ser uma pessoa sem tanta paciência, mas eu sempre fico chateadíssima e querendo jogar tudo pro alto e fazer tudo na base do ódio... só que, como eu estou deprimida, não tem ódio o suficiente pra me motivar. eu queria entender de onde vem a falta de motivação pra fazer qualquer coisa de quando eu estou deprimida, porque não ter uma razão clara me deixa nervosa. sem uma fonte do problema, eu não tenho como resolver o problema. e não saber como resolver o problema é o que me deixa mais braba. só consigo pensar “como assim eu não consigo só ficar bem?” e, logo em seguida, “será que eu ficar nervosa com isso significa que eu sou ainda mais doida do que eu acho que sou?”.

enfim. escrevo isso já um pouco melhor, com minhas costas funcionando quase normalmente, minha garganta ainda meio-a-meio e meu olho voltando a ficar menos inchado e vermelho. o desânimo, porém, continua aqui — eu poderia compartilhar com, vocês minhas teorias pra isso também, que têm a ver com minha reposição hormonal, mas como são só teorias, deixa pra lá. vou marcar meus médicos e me queixar com eles.

esses dias, desanimada que só, duas músicas aleatórias apareceram na minha mente do nada: ai, ai, ai, da vanessa da mata (sim) e somos quem podemos ser, dos engenheiros do hawaii (sim). eu tenho a mania de sempre pausar novelas e filmes e séries quando alguma personagem tem um livro em mãos, porque gosto de ver se aquele livro específico tem alguma coisa a ver com o que acontece na trama (ou o que pode vir a acontecer); eu penso que talvez músicas que me vêm à mente do nada são mais ou menos isso, sinais de algo que eu não entendo completamente ainda, mas que está acontecendo ou vai acontecer... no caso, eu tava doente, mas não foi por isso que eu comecei a cantar vanessa da mata do nada no chuveiro, eu acho. e faz anos que eu não ouço nada dos engenheiros do hawaii. talvez tenha a ver com o momento da minha vida e com como eu preciso encontrar um propósito? sei lá. acompanhemos os próximos capítulos.

por fim, vou compartilhar um negócio aqui porque simplesmente NÃO TENHO NINGUÉM COM QUEM COMENTAR: há alguns anos (um bocado de anos, na verdade), eu comecei a ler essa webcomic chamada dumbing of age. ela começou em 2010, e eu comecei a ler acho que ali por 2017, 2018?, e continuei lendo pra sempre desde então. teve uma época que eu parei e perdi, mas então li tudo de novo e alcancei outra vez. é tipo uma tirinha de jornal que sai todo dia, contando a história de vários jovens que vão pra faculdade e aprendem a viver e fazem amizades e se relacionam e... crescem. um coming of age — daí o nome — cuja personagem principal é uma jovem que veio de uma comunidade religiosa muito conservadora.

eu não conheço tanta gente que acompanha quadrinhos desse jeito, por isso quase nunca indico pra ninguém, mas dumbing of age é minha pérola; todo dia eu acordo e uma das primeiras coisas que eu faço é ver a tirinha do dia. eu conheço e amo as personagens, e já aconteceu tanta coisa que é como acompanhar uma nov ela que dura mais de dez anos. que loucura. às vezes sinto muita falta de ter alguém com quem comentar, porque perdi contato com as pessoas que me indicaram há um tempão. sei lá. resolvi só jogar aqui porque o arco que tá acontecendo agora é completamente DOIDO e estão ACONTECENDO COISAS e às vezes é triste gostar muito de algo com quem você não tem alguém pra comentar.

o que, obviamente, não me impede de gostar muito disso. vai que alguém se interessa e passa a acompanhar. é quadrinho pra caramba.

e por hoje é só! ainda tô pensando em como vou tentar virar um ser humano apresentável outra vez na semana que vem, mas pelo menos hoje já é quinta, e amanhã é sexta, e no sábado eu posso tentar acordar mais cedo e ir na livraria trocar alguns livros e rever minha padoca francesa favorita. uma coisa de cada vez, né? já tô até procurando personal pra voltar a fazer exercício e ver se isso me ajuda a ter menos dor nas costas reviver! que loucura intensifies.

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